quinta-feira, 1 de abril de 2010

A Páscoa Cristã


"... é a Páscoa do Senhor." (Êxodo 12.11b)

A Instituição da Páscoa

A Páscoa foi instituída por Deus no Egito. No capítulo 12 do livro de Êxodo, nós vemos a ordem do Senhor dada a Moisés para que no dia 14 do mês de Abibe (Ex 12.2) o povo pudesse então comemorar a libertação de sua escravidão que durou 400 anos. Com a comemoração da Páscoa, Deus lançou sua décima e última praga que era a morte de todos os primogênitos na terra do Egito (Ex 11.4-7). Deus com isso estava dando grande livramento ao seu povo! Para essa comemoração, Ele deu ordens específicas a Moisés para que o povo colocasse o sangue de um cordeiro sacrificado (de um ano,sem defeito e macho) nos umbrais e nas vergas das portas de cada casa dos Israelitas, desta forma quando o anjo do Senhor viesse ferir os primogênitos, não tocaria no seu povo (Ex 12.3-7).



A palavra "Páscoa" em hebraico significa, pesah, passar por cima, passar de largo, poupar. E foi exatamente isso que aconteceu, o Anjo do Senhor feriu todos os primogênitos do Egito e quando via o sangue nas portas, passava por cima das casas dos hebreus (Ex 12.29,30).

Como era a cerimônia da Páscoa

Cada família deveria tomar um cordeiro de um ano, macho e sem defeito e sacrificá-lo ao entardecer do dia 14 do mês de Abibe. O cordeiro deveria ser assado no fogo e comido com pães asmos (sem fermento) e ervas amargas (Ex 12.3-6,8,9). As famílias menores poderiam repartir um único cordeiro entre si (Ex 12.4). Se sobrasse parte do cordeiro para o dia seguinte, não poderiam comer e sim deveriam queimá-lo (Ex 12.10). Existia também uma forma (modo) própria ordenada por Deus para eles participarem deste ato: lombos cingidos, sandálias nos pés, cajado na mão, e comer á pressa (Ex 12.11). Isto significava o seguinte: amarrar ao corpo suas longas vestimentas soltas, estarem devidamente calçados, e comer de forma a estarem prontos para partir da terra do Egito. Parte do sangue do cordeiro sacrificado, os Israelitas deveriam aspergir nas duas ombreiras e na verga da porta de cada casa. Assim quando o Anjo do Senhor viesse a ferir os primogênitos da terra do Egito, pouparia os israelitas.

Quem poderia participar da cerimônia de Páscoa

Por ser uma cerimônia de grande importância para os hebreus e para as futuras gerações, Deus resolveu colocar regras sobre quem poderia participar. Deus ordenou que nenhum estrangeiro participasse, bem como aqueles que residiam com eles temporariamente e também certos trabalhadores que ali estavam provisoriamente. Porém permitiu que escravos circuncidados entre o povo que tivessem sido comprados, participassem (Ex 12.43-45). Se o estrangeiro residente quisesse participar, deveria circuncidar todos os do sexo masculino de  sua família (Ex 12.48). Mais tarde no deserto do Sinai, Deus também permitiu que os impuros e residentes temporários participassem da cerimônia (Nm 9.10,14).

A Páscoa como estatuto perpétuo

A partir daquele momento, o povo de Deus deveria celebrar a Páscoa como estatuto perpétuo, como um memorial. Assim quando as gerações futuras perguntassem a respeito do livramento que o Senhor efetuou ao seu povo que estava escravo no Egito, a Páscoa serviria de testemunha. Na realidade a Páscoa era a celebração da vitória que o Senhor deu ao seu povo (Ex 12.14,17,24-27). Quando o templo de Jerusalém foi construído, Deus ordenou que a celebração da Páscoa fosse feita em Jerusalém (Dt 16.16). O próprio Jesus participou desta celebração com os seus pais (Lc 2.41,42).

O simbolismo da Páscoa para os cristãos

Para os cristãos, a Páscoa contém um rico simbolismo. O próprio Novo Testamento afirma que as festas judaicas eram sombra de coisas futuras (Cl 2.16,17/Hb 10.1). Vejamos alguns desses simbolismos:

1) A graça de Deus - O ápice da celebração da Páscoa era a graça salvadora de Deus. Deus salvou o seu povo no Egito, efetuando grande livramento. Isto tipifica que a nossa salvação vem pela graça de Deus, mediante a fé em Cristo Jesus (Éf 2.8,9).

2) O sangue do cordeiro - O sangue aspergido nas portas, serviu para salvar o povo hebreu do Egito e das garras de Faraó. Isto tipifica que Jesus (o cordeiro de Deus), derramou o seu sangue na cruz para nos redimir do pecado, e nos salvar de toda condenação.

3) O cordeiro - O cordeiro sacrificado para a Páscoa dos hebreus era sem defeito algum, sem mancha e sem mácula. Isto tipifica que Jesus nosso cordeiro pascal foi imolado (1Co 5.7) em favor de cada um de nós, ele se entregou, sem mancha, sem mácula e sem defeito algum. No tempo de sua crucificação era costume quebrar as pernas de um condenado a cruz, mas com Jesus isto não se cumpriu. Os soldados quebraram as pernas dos dois malfeitores, mais não tocaram em Jesus.

4) Os pães asmos e as ervas amargas - O cordeiro de Páscoa deveria ser comido com pães asmos (sem fermento algum) e ervas amargas. Na Bíblia geralmente o fermento simboliza o pecado. As ervas amargas simbolizavam o tempo de 400 anos de aflição no Egito. Tudo isto tipifica que Jesus (o pão da vida) nos separou deste mundo pecaminoso (Egito) para sermos santos e irrepreensíveis perante ele. E ele próprio é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). E ele também nos libertou de toda aflição, do cativeiro, do pecado e de satanás (Faraó) e nos transportou para um reino de luz, o Reino de Deus.

A Santa Ceia e o real sentido da Páscoa

Na última Ceia que Jesus participou com seus discípulos, ele fez uma refeição de Páscoa (Lc 22.14-23). E naquela ocasião ele instituiu a Santa Ceia e dela participou. A Ceia anuncia “a morte do Senhor até que ele venha” (1Co 11.26). A Ceia é um memorial para o crente confesso que come do pão e bebe do cálice, assim como o Senhor fez. Para nós, cristãos, a Ceia do Senhor é a nossa Páscoa não realizada uma vez por ano como os israelitas, mas realizada todas as vezes que participamos em memória do Senhor.

Quando comemos do pão e bebemos o cálice da nova aliança, estamos celebrando a perfeição e eficácia da oferta do corpo e do sangue de Cristo que nos alcança com sua redenção. Estamos também nos aproximando do Pai, através do Filho e quando este encontra o pecador, há perdão, purificação, e comunhão plena e renovada. Quando nós cristãos participamos da mesa do Senhor, nós estamos:

a) Relembrando a expiação de pecados pelo sacrifício de Jesus
b) Experimentando a comunhão plena com o Pai, o Filho e o Espírito Santo, além da comunhão de nossos irmãos.
c) Esperando o cumprimento da plenitude do Reino de Deus prometidos na ocasião da instituição do sacramento da eucaristia.

A páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. E ressurreição significa vitória!

Deus livrou ao seu povo do Egito e de Faraó, dando-lhes a vitória naquela ocasião. A ressurreição de Jesus representa nossa vitória para sempre. Naquela tarde de Páscoa o cordeiro de Deus ofertou sua vida por nós, se entregando por completo e nos livrando da morte e do inferno. Ele ressuscitou e vive para sempre! Aleluia!

Feliz Páscoa,

Pr. Flavio Muniz

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Palavra de Nova Vida - Pr. Flavio Muniz

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