sábado, 7 de janeiro de 2012

Me libertou, e agora?


(Jo 8.32,36) - Você já foi numa cadeia alguma vez? Eu já fui. E o que percebemos é que o maior desejo de um preso é a liberdade. Você já se imaginou sendo um preso: vivendo com muitos em um espaço pequeno, dividindo sua pasta de dente com seu colega de cela, acordando no horário determinado para o café, e saindo somente no horário do banho de sol. É claro que você não se imagina vivendo assim.


Você já se imaginou vivendo sob um regime de um governo autoritário e ditador, no qual todos vivem sem liberdade, e a pouca liberdade que possuem é totalmente vigiada. Países que possuem: racionamento de alimentos, horário para circular nas ruas, proibições religiosas, cerceamento da liberdade da mulher, obrigatoriedade do serviço militar para adolescentes. Controle total e irrestrito sobre as finanças dos cidadãos. É claro que você não se imagina vivendo num país assim.

Porque não nos imaginamos sem liberdade? Porque ter liberdade é muito bom.

De uma forma geral, a palavra "liberdade" significa a condição de um indivíduo não ser submetido ao domínio de outro e, por isso, ter pleno poder sobre si mesmo e sobre seus atos. O desejo de liberdade é um sentimento profundamente arraigado no ser humano. Situações como: a escolha da profissão, do cônjuge, da religião, fazem o homem enfrentar a si mesmo e exigem dele uma decisão de acordo com a sua livre vontade, e isso é o que confere a ele o sentido de liberdade.  Como é bom ter liberdade!

Mas, se é bom ter liberdade, é péssimo viver debaixo de escravidão. Imagine a vida de um escravo: Não tem direitos, é cerceado em suas ações, é limitado em seu viver, é maltratado todos os dias psicologicamente, vive ao mesmo tempo com a esperança de ter liberdade no futuro, mas com a cruel realidade do presente.

No âmbito espiritual, a bíblia fala de um tipo de escravidão que é muito pior do que a cadeia, que é muito pior do que viver num país com regime fechado, que é muito pior do que a de um escravo, a bíblia fala da escravidão do pecado. Essa escravidão é bem diferente de todas as que conhecemos, ela não aprisiona o corpo, e sim a alma, lança nossa consciência e nossa moral na cela da acusação, domina não nosso corpo, mais nossos atos com correntes infernais, nos lança no cárcere do medo e da vergonha, e ainda por cima não nos dá o direito de receber a visita da paz e da alegria celestial da salvação em Cristo Jesus.

A bíblia diz que pecado é toda e qualquer transgressão a lei de Deus (1Jo 3.4). Diz-nos a Bíblia também em 1 Jo 5.17, “ que toda injustiça é pecado”. A bíblia diz mais: Ela diz que toda rebelião contra Deus é pecado (Os 8.1). A bíblia chama o pecado de: erro, desordem, dívida, desobediência, queda, derrota, impiedade. A bíblia também diz que o salário do pecado é a morte, e que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e enfatiza que os nossos pecados fazem separação entre nós e o nosso Deus.

Quando falamos da escravidão de um detento, de um escravo comum, de um cidadão em regime fechado, falamos de uma escravidão que pode demorar muito, mas terá fim. Mas, quando falamos de uma escravidão espiritual, falamos de uma escravidão eterna, infinita, atemporal. No entanto, a Bíblia nos mostra que somente Jesus Cristo, o libertador, é capaz de nos resgatar da morte eterna, de impedir a nossa eterna separação de Deus , e de nos salvar da condenação eterna imputada pelo pecado.

Para nos libertar do poder do pecado e anular a culpa que ele traz sobre nós, Deus manifestou sua graça na pessoa de Jesus Cristo, que através de sua vida, obra e ministério rompeu todos os grilhões que nos prendiam ao pecado e as trevas. (Cl 1.13-14).

A Bíblia nos mostra como era nossa condição antes de Cristo (Ef 2.1-6,12). Este texto esclarece que antes de Cristo éramos pecadores. Lembra de uma música cantada pela banda Natiruts “Liberdade pra dentro da cabeça”. Este é o pensamento que está na cabeça e no coração de muitas pessoas no sistema mundano nos dias de hoje. Na realidade ter liberdade na cabeça nada mais é do que fazer parte deste mundo não é verdade? Nós antes de conhecermos a Jesus, tínhamos liberdade para dentro da cabeça, éramos donos da nossa vida, fazíamos o que queríamos fazer e ninguém tem nada a ver com isso. Toda a sorte de pecados nós cometíamos, éramos escravos da carne, da concupiscência dos olhos, da soberba da vida, transgressores da lei de Deus, estávamos mortos em nossos delitos e pecados, desobedientes a Deus, iníquos, ímpios com toda sorte de impurezas, escravos do diabo, e ainda estranhos as alianças da promessa, sem esperança e sem Deus no mundo.

O que eu quero é que você entenda, é que toda a liberdade que o mundo prega para se viver é pecado e traz consigo perdas irreparáveis. Nós não podemos copiar o modelo existente de liberdade no mundo: sua forma de agir, pensar, vestir, falar e etc. Há muitos dentro da igreja que querem servir a Deus da forma mundana, e isso não é possível , pois Deus ama as pessoas no mundo, e não o seu sistema, Deus ama o pecador e não o pecado. A amizade com o mundo é inimizade com Deus (Tg 4.4). Todo crente ou toda pessoa que se associa ao sistema mundano é chamado por Deus de infiel e adúltero, pois suas práticas libertinas denunciam que professam amar a Deus, porém amam muito mais o mundo.  

O que o mundo tenta pregar é que podemos todas as coisas em nós mesmos. O que tem a ver isso, ou aquilo com sua religião? Perguntam eles. Infelizmente essa mentira tem ecoado na igreja de Cristo e cativado muitos, principalmente os jovens, basta observarmos certas práticas dentro do meio evangélico. E muitos jovens que estavam firmes com o Senhor acabam por largar o caminho, por que a liberdade disfarçada de libertinagem acaba sendo mais importante.

A regra áurea da liberdade é: Se queremos liberdade para viver a nossa vida, não tenha cristo dentro de você. Agora se você quiser ter Cristo dentro de você, você terá liberdade para viver.

A verdadeira liberdade brota quando cristo habita dentro de nós, e não quando queremos praticar toda a sorte de pecados. No mundo somos escravos, e em Deus somos livres. O mundo prega o contrário, dizendo que somos escravos da religião, que não podemos fazer isto ou aquilo, na realidade eles querem um Deus que aprove a sua libertinagem, desobediência e pecado, e isso Deus nunca vai aprovar, pois ele vela por sua Palavra para cumpri-la.  Precisamos mudar a letra desta música para: liberdade somente no cabeça! E quem é o cabeça? É Cristo Jesus.

E se olharmos para o mundo espiritual veremos que ter liberdade é muito bom, pois, aqueles que conhecem a Cristo vivem em liberdade, antes quando não o conhecíamos estávamos presos em nossos delitos e pecados, porque o pecado é uma escravidão, o pecado nos deixa presos para que possamos ter comunhão com DEUS, adorar a DEUS, e servi-lo com liberdade de espírito. Mas, CRISTO nos libertou do pecado, e verdadeiramente hoje somos livres (Jo 8.36). Estávamos em trevas, e hoje somos luz, éramos derrotados e hoje mais que vencedores, éramos do maligno e agora somos de DEUS, éramos profanos e agora somos santos.                                                                

Nós somos livres, temos liberdade, liberdade conquistada por Jesus na cruz, possuímos a salvação, não estamos mais presos aos desejos do mundo, ao pecado, não estamos mais sujeitos ao inferno. Agora as ricas bênçãos de DEUS estão sobre nós. A liberdade que temos foi conquistada pelo Senhor (Gl 5:1; 2Co 3:17). No grego clássico o verbo sujeitar é: “viver imobilizado por uma rede”. Como é bom ter a liberdade que Cristo me deu: posso servir a Deus em liberdade de coração, posso amar os meus irmãos como Cristo me amou, posso adorá-lo em Espírito e em verdade. ME LIBERTOU E AGORA?

O que estamos fazendo com a liberdade que Jesus conquistou para nós? Como você está tratando a liberdade que você ganhou? Porque há muitos crentes que dizem agora eu sou livre e eles se sentem tão livres que começam a pecar novamente, começam a ter atitudes de um libertino e não de um liberto. Exemplo: crentes modernos que vão a boates, baile gospel (rola de tudo), falam palavrões, jovens que ficam, crentes que mentem só um pouquinho, ouvem e se deixam levar por más conversações que corrompem os bons costumes (amizades, de papos, se deixar levar por músicas estranhas etc).  É fato que o ensino bíblico diz que todas as coisas são lícitas, mas diz também que nem todas convém e que eu não me deixarei dominar por nenhuma delas (1Co 6.12; 10.23) – Você sabe o que Paulo está fazendo aqui?

Ele está refutando uma filosofia grega, já que corinto era a cidade mais grega da época. Para os gregos eles eram tão livres que se sentiam “filhos dos deuses” e por isso era comum dizerem: “Tudo me é lícito”, com isso demonstravam arrogância e libertinagem. Paulo então, complementa o pensamento deles com o estilo grego de ser, dizendo em outras palavras: Tudo pode ser lícito, mas nem tudo por ser lícito é realmente proveitoso e útil. E se algo for proveitoso e útil, isto deve servir para minha edificação. O que Paulo queria ensiná-los é que a liberdade em Cristo para o erro e para o mal é pecado. Um direito pode se tornar um erro (pecado) que prejudica a nós mesmos e aos outros.

O que você está fazendo com sua liberdade cristã? A igreja nos dias de hoje vive um momento crítico c/ relação à liberdade, os crentes são modernos, maliciosos e licenciosos. É a doutrina e o costume do não tem nada a ver (tudo é lícito). Eles dizem: “isto é coisa do passado, a sociedade mudou, a igreja tem que testemunhar a qualquer preço”. Queridos a Palavra de DEUS não mudou e usar a liberdade de forma errada continua sendo pecado, olha o que diz o ensino apostólico de Paulo e Pedro sobre isso (Gl 5:13/1 Pe 2:16).

Amados a nossa liberdade está condicionada a CRISTO, a liberdade que o crente tem não é para fazer qualquer coisa, não é para continuar pecando contra a graça de DEUS. Achando que isso é que é liberdade.  A nossa liberdade está limitada e condicionada a CRISTO, pelo fato de sermos servos de CRISTO. Portanto a verdadeira liberdade é crer na verdade e viver por ela. Há muitos que estão usando sua liberdade de forma errada, como pretexto para o pecado, como se DEUS não estivesse vendo, como se isso passasse desapercebido pelo Pai. Nós precisamos saber lidar com a liberdade que Deus nos deu, senão nós corremos o risco de tornar a graça que recebemos em desgraçada, e nos colocarmos na condição de escravos do pecado de novo, com isso seremos vistos como libertinos e não como libertos. A bíblia diz que os libertinos serão julgados (Jd 3,4). E nós somos libertos ou libertinos? Estamos sendo santos ou dissimuladores? Dissimulador é o crente denorex, parece, mas não é.

Para terminar, eu gostaria de dizer que DEUS nos libertou e nós não podemos abrir mão da nossa liberdade, nós não podemos pensar que sempre vamos pecar e seremos perdoados, nós não podemos achar que o pecar não é pecado mais, e não podemos nos esquecer que um abismo chama outro. Nós precisamos ser crentes fiéis à doutrina bíblica da liberdade e não crentes modernos da libertinagem. A liberdade em Cristo é boa, mas a libertinagem arruína. A liberdade equilibrada salva e a libertinagem descabida traz prejuízos espirituais irreparáveis.

Se o filho te libertou você é livre. Então lembre-se: sua liberdade não está no mundo, não está nas falácias nem nas balelas, não está no pecado, e sim está em Cristo.


Pr. Flavio Muniz

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Palavra de Nova Vida - Pr. Flavio Muniz

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