quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A fragilidade da fé - Parte 2


Vamos ler (Mc 9.21-24) – explicando a fragilidade.  
  
  ü  Jesus se interessa pelo problema do menino (vs.21)

ü  O pai demonstra seu sofrimento e preocupação com seu filho, mas vê em  Jesus quem sabe uma última esperança para o caso (vs. 22).

  ü  Jesus então, instrui aquele pai sobre a fé (vs. 23)

ü  E aí, a resposta daquele pai não foi confusa ou obscura, mas na verdade foi direta, sincera, transparente, recheada de sentimentalismo e de lágrimas. Ele disse: “Eu creio! Ajuda-me na minha falta de fé”. (vs. 24).


Aquele pai depois de tanta luta, de tanta busca, de idas e vindas, ele diz a Jesus que ele até crê, mais que Jesus o ajudasse em sua falta de fé!


Sabe queridos, incredulidade é pecado, não crer em Deus é pecado. A Bíblia diz em (Hb 11.6) que sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que ele é recompensador (galardoador) daqueles que o buscam.

Entenda querido, aquele pai com sua resposta não estava dizendo que não possuía mais fé, que não acreditava que nem Deus podia curar o seu filho, não! Ele não estava autenticando que o fim da linha tinha chegado, muito menos decretando sua derrota, não!

Sabe o que aquele homem estava fazendo?

Ele estava simplesmente reconhecendo a fragilidade de sua fé. Aquele homem fez o que muito crente não faz, ou seja, reconhecer a fraqueza de sua fé, reconhecer sua incapacidade de crer diante de circunstâncias que se apresentam aparentemente irreversíveis. Todos nós sabemos que “tudo é possível ao que crê!”, mais não deveríamos nos esquecer que “tudo ainda pode se tornar possível ao que crê com fragilidade”.

Há muitos cristãos que estão preferindo se esconder atrás da máscara da hipocrisia, da máscara da alienação e da máscara do testemunho, se apresentando como super-crentes, e isso em nome de uma fé cega, que não leva em conta o amor e a graça de Deus. Observe isso: a fé não me leva ao fanatismo, e aos extremos do legalismo, a fé me leva sim a um Deus que é soberano, criador, Pai que se relaciona com os seus filhos de maneira íntima. Pai que exige, mas que compreende; Pai que sentencia, mas que perdoa.

Ilustração: Um homem esticou um cabo de aço sobre as cataratas do Niágara, que ficam na divisa entre o Canadá e os Estados Unidos. Em seguida, atravessou andando sobre o cabo de aço. Foi e voltou. A multidão, extasiada, aplaudiu. Aproximando-se de uma velha que estava no meio do povo, aquele homem perguntou: "A senhora acredita que eu consiga atravessar novamente?" "É claro!" - respondeu a mulher entusiasmada. "Eu conseguiria atravessar levando um carrinho de mão?" "Tenho certeza que sim!" (Observe que a mulher acreditava). "A senhora acredita que eu poderia levar uma pessoa dentro desse carrinho?" "É claro que eu acredito!" - insistia a mulher. "Então", disse o homem, "a senhora poderia, por favor, entrar no carrinho?" "De jeito nenhum. O senhor está louco?"

A mulher cria, mas não confiava. Confiar é se entregar pela fé. Deus se agrada daqueles que assim o fazem (Sl 37.5), no entanto nem sempre estamos dispostos a nos entregar pela fé, e esta é a verdade.

Preste bastante atenção: A fé nem sempre crê tanto assim, pois a fragilidade da fé não é uma doença incurável ou uma vergonha anunciada, e sim um estado de vulnerabilidade entre a minha fé, Deus, e o que eu espero dele.

E como eu já tinha dito, existem fatores que contribuem para que a fragilidade da fé aconteça e entre em ebulição:

Pecado – Pecado é desobediência a Deus, transgressão da lei de Deus. O pecado é para o crente, o que a cripitonita é para o Super-Homem, ele vai minando nossas forças até desfalecermos totalmente. O pecado é um dos principais agentes para a ebulição da fragilidade da fé, pois a fé vai minguando até quase desaparecer.

O Marasmo espiritual – Marasmo é uma fraqueza extrema, apatia, melancolia. Geralmente o marasmo nos leva ao desânimo, a inércia e a incapacidade. Um dos sintomas que podemos identificar se uma pessoa está passando pelo marasmo espiritual, é a mesmice. Tudo está sempre do mesmo jeito. Estamos sempre fazendo as mesmas coisas sem causar nenhum resultado, sem contemplar nenhum avanço, sem vislumbrar mudanças significativas, aí não temos mais vontade de orar, buscar a Deus, vir a igreja etc.

Síndrome do super crente – É aquele crente que se sente mais poderoso do que o outro em termos de fé. Ele possui amplas capacidades para crer em Deus acima das situações mais difíceis e complicadas da vida. Qualquer problema que você tiver, chame o SUPER CRENTE, pois ele tem mais fé que Abrãao, é capaz de orar com mais poder do que Daniel, desafiar qualquer gigante como Davi, e andar sobre as águas como Jesus.

Esses fatores devem ser observados com muita atenção para que possamos nos tratar diante de Deus.

Voltando ao texto e a história daquele pai desesperado, nós vemos que aquele homem mesmo confessando diante de Jesus a fragilidade de sua fé, seu filho não deixou de ser liberto e curado. Nós não podemos deixar de perceber isso no texto (vs. 25-27). Eu não estou dizendo com isso que mesmo sem fé Deus cura, NÃO! Eu quero dizer com isso que mesmo que a nossa fé esteja frágil, debilitada diante de Deus, Deus pode operar e operar poderosamente. “Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá”. (Lc 17.6)

O que eu não posso é perder a fé, isso jamais! Mais ainda que eu esteja com minha Fé fragilizada, ainda sim há esperança para eu cuidar da minha fé e poder dizer ao pecado, ao marasmo espiritual, a síndrome do super crente sai daqui e vá para lá, porque eu receberei do Senhor aquilo que ele quer fazer em minha vida.

Deus não deseja nos ver com uma fé fragilizada, prostrados pela pequenez de nossa fé, como também ele não deseja que sejamos fariseus hipócritas travestidos de uma religiosidade fria. Deus me entende, Deus te entende, Ele conhece nossas fraquezas, nossos momentos de lutas, nossas recaídas, nossas decisões erradas. Ele compreende nossa falta de fé, a nossa incapacidade de crer e confiar de verdade em determinadas situações.

O motivo principal que gerou uma fragilidade a fé daquele homem, era o longo período de escravidão do seu filho por aquele espírito maligno. O tempo passava e ele não via uma solução para o seu filho querido.

Sabe o que Jesus fez? “tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou” (ficou são) – Deus agiu no motivo da fragilidade de sua fé.

Deus neste dia agirá no motivo da tua falta de fé, operará grandemente, não importa o que seja, em que área de sua vida for, não interessa. Agindo Deus quem impedirá!

Pr. Flavio Muniz

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Palavra de Nova Vida - Pr. Flavio Muniz

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