(Gn 12:1,2;13:14-17;15:1-5/ Rm 4:18-21/ Gn 21:1-5) - Acreditar que Deus pode fazer o impossível, indo além do inimaginável, do intangível, não é uma tarefa fácil. Acreditar nas promessas de Deus, nos decretos de Deus, na vontade de Deus do ponto de vista humano, não é algo que se consegue e se aprende com facilidade, mais que se conquista através da fé, da confiança em Deus, e da esperança.
Mais a verdade é irmãos, que mesmo sendo CRENTES EM DEUS, PESSOAS QUE LIDAM COM A FÉ DIARIMANENTE, precisamos reconhecer que há momentos que parece que a nossa fé não funciona, parece que a nossa fé não está dando os resultados esperados, parece que a nossa fé é somente um brinquedo de estimação quebrado que possuímos, ou parece até mesmo que estamos tendo fé na fé, pois não atingimos nossos objetivos. E nesses momentos, muitos se perguntam porquê? Porque não deu certo se eu acreditei no impossível? , porque não funcionou se eu pela fé empenhei meu coração neste propósito? Porque Deus não agiu ainda? Porque o milagre não se materializou já que eu usei minha fé como um holograma que me projetava e fazia eu tocar nele? Sabe porque?
Porque acreditar na ação sobrenatural de Deus aos nossos olhos, requer um esforço muito grande, acreditar no sobrenatural de Deus ás vezes esgota com todas as nossas forças (do ponto de vista espiritual), esgota com todo nosso ânimo, reduz a nossa perseverança, distorce nossa visão de esperança e tem até mesmo a capacidade de secar o nosso reservatório de fé, fazendo com que ele fique quase vazio.
O senhor está querendo dizer que quando cremos em Deus para que ele realize ações sobrenaturais, ou quando cremos em Deus para buscarmos dele promessas feitas, ou quando cremos no nível de vivenciarmos milagres, isto mina a nossa própria fé? Sim.
Exemplo: Conversando com pessoas, já ouvi de algumas delas, Pastor, eu estou cansado de crer, de esperar, de acreditar, e nada acontece. Entenda, não é que a fé levou essa pessoa a minar a própria fé, mas os fatores que agem ao redor da fé, permeando a fé o fizeram: o tempo de espera, o caminho a percorrer, a capacidade de perseverança, a necessidade de dar um passo a cada dia. Todos esses fatores podem nos levar ao que podemos chamar de “balançar na fé temporariamente”.
E foi exatamente isso que aconteceu com Abraão, Deus havia feito a ele promessas tremendas, realizações sobrenaturais (Gn 12:1,2;13:14-17). Tente pensar por um momento como estava se sentindo o Abrão. Deus o chama, fala com ele, lhe faz promessas tremendas (você será grande, vou te abençoar, engrandecerei teu nome, e a partir de você serão abençoadas todas as famílias da terra – o Israel de Deus que o serve pela fé), diz que vai com ele, lhe mostrando o caminho que ele deve andar.
Como estava Abrão neste momento? Feliz, animado, cheio de fé, de confiança, de esperança, de expectativas para com o cumprimento das promessas. Ele então parte seguro, e vai viver agora uma aventura com o Deus que o chamou, que falou com ele, que o guiaria nesta jornada de fé, ele seria um peregrino por cada terra que passasse e iria fazê-lo viver bênçãos e promessas da sua parte.
Agora vamos fazer uma correlação entre o crente Abrão e nós: fomos chamados por Deus, ele falou conosco, nos deixou promessas em sua palavra, iniciamos uma jornada com ele pela fé, a bíblia diz que somos peregrinos e forasteiros nesta terra, ele sempre nos guia para trilharmos seus caminhos, vivemos em nossa vida bênçãos e promessas de sua parte (obs: não é só isso).
Veja, fazendo uma contextualização sincera, e fazendo esta comparação com as devidas proporções, somos um povo parecidíssimo com o crente Abrão. Por isso podemos usá-lo como modelo para esta mensagem.
Mais apesar de Abrão ter vivido esta experiência com Deus, ter promessas em sua vida, partir na certeza de que Deus estaria com ele, crer na convicção de que tudo se realizaria conforme Deus disse, abrigar em sua alma sentimentos elevados de felicidade, euforia, de grandes expectativas, chegou um momento em sua vida que ele parece que passou a repensar a sua fé e a sua vida espiritual, me parece que Abrão estava sentindo o peso de caminhar sem nada acontecer, de olhar e não ver a materialização das promessas. Daí o fato de ter Deus se aproveitado da ocasião em que ele se separa do seu sobrinho e habita em Canaã (Gn 13.12) para lhe renovar a promessa feita em (Gn 12.2) – conforme (Gn 13.14-18). Deus diz a Abrão, Abrão esta é a terra, ergue seus olhos e veja porque esta terra eu darei a ti e a sua descendência, ela será como o pó da terra que não se pode contar, percorre a terra, pisa nela porque ela é sua e de sua descendência.
O fato de Deus ter renovado a promessa nos indica que Deus parece ter visto no coração de Abrão alguma faísca de incapacidade pessoal que iria levá-lo a um desânimo, um esgotamento espiritual momentâneo, uma distorção da visão de esperança que ele tinha, um esvaziamento do seu reservatório de fé.
E de fato passado algum tempo da promessa que Deus o tinha feito, após alguns acontecimentos em sua vida (sua estadia mentirosa no Egito, a separação de seu sobrinho Ló, as guerras que travou, o cativeiro de seu sobrinho, seu primeiro dízimo). Vemos que a fé de Abrão, os sentimentos na alma de Abrão, não estavam mais da mesma maneira (Gn 15:1). Deus aparece a ele numa visão para animá-lo e diz: “Não temas!”, isto significa que agora Abrão está temeroso, esgotado, cansado de esperar, ele está cansado de peregrinar sem descendência, ele está até mesmo sem forças para crer nas promessas que lhe foram feitas...
Ele estava tão debilitado espiritualmente, que tentou negociar com Deus o seu próprio jeito de cumprir a promessa, de lhe dar um herdeiro (Gn 15:2,3), mostrando realmente que ele estava desesperançoso, cansado, esgotado.
E a pergunta que brotou no meu coração, ao preparar esta mensagem foi: “Como acreditar que o impossível de Deus vai se realizar em minha vida, que a benção de Deus vai chegar, que a promessa de Deus vai se cumprir. Se a minha fé parece que já se esgotou, se as minhas forças terminaram, se a minha perseverança enfraqueceu e a minha esperança morreu?
EU SÓ VEJO UMA RESPOSTA: “ESPERAR CONTRA A ESPERANÇA”
Esperança – Espectação de um bem que se deseja. A fé está associada à esperança.
· Esperar contra a Esperança é ter fé mesmo quando não há mais motivos para ter esperança.
· Esperar contra a Esperança é extrair do fundo do coração uma fé que age diante das circunstâncias desfavoráveis, do impossível ao homem, do improvável, do ilógico, do que não é razoável aos olhos dos homens.
· Esperar contra a Esperança é ter a capacidade e humildade de entender que não é a nossa força, não é a nossa capacidade, nem a nossa fraqueza, mas sim o poder de Deus que opera em nós.
· Esperar contra a Esperança é estar na contramão dos caminhos, fazendo dos descaminhos possibilidades que nos fazem renovar a esperança nas promessas de Deus.
Deus reanimou a Abrão, isto é verdade (Gn 15:4,5). “A isto respondeu logo o Senhor, dizendo: “Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro. Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade”.
Mas, Romanos quatro nos revela que Abrão mesmo se sentindo esgotado, temeroso, sem esperança, buscou forças aonde não existia. Abrão contrariou toda a probabilidade humana para que a promessa pudesse se cumprir. Mesmo achando que não ia acreditar, ele acreditou (esperou contra esperança). Não duvidou, buscou convicção em Deus, mesmo não tendo. Remou contra a maré, mesmo sabendo que era impossível atravessar o mar. Mesmo sabendo que sua fé não era tanta, ele encontrou fé bem no fundo do reservatório do seu coração, e isto é esperar contra a esperança.
Mesmo a fraqueza de fé de Abraão (Gn 15) não é tida por Paulo como fraqueza, embora o texto de Romanos 4 relate que ele balançou na fé em Deus quando observou seu corpo amortecido (100 anos) e a idade avançada de sua esposa. A Bíblia diz que Abraão não duvidou, ponderou a fé que ele tinha, se fortaleceu em Deus pela fé, fé tirada do desânimo, da falta de esperança, das margens da desconfiança, esperou contra a esperança, acreditou sem forças para poder acreditar, E O RESULTADO DISSO FOI QUE A PROMESSA SE CUMPRIU, O SOBRENATURAL DE DEUS AGIU, O IMPOSSÍVEL ACONTECEU E A BENÇÃO CHEGOU. (Gn 21:1-3).
O que tem feito você descreditar das promessas de Deus, da sua vontade que é boa perfeita e agradável? O que tem te levado a crer que a sua fé não funciona? Porque quando você olha ao seu redor, não enxerga os resultados esperados por sua fé? Porque você tem tido a sensação de sua fé ser somente um brinquedo de estimação quebrado?
Talvez você esteja vivendo um momento como o de Abraão: desanimado, um tanto esgotado espiritualmente, cansado de andar e andar e não chegar aos seus objetivos, enxergando distorcidamente a esperança que você tinha em Deus, vivendo um tempo de esvaziamento do seu reservatório de fé, de enfraquecimento da perseverança, tendo a sensação de distanciamento quanto às promessas de Deus em sua vida.
Eu lhe digo, você precisa imitar o exemplo do crente Abraão e ESPERAR CONTRA A ESPERANÇA. Quando conseguimos esperar contra esperança, conseguimos enfraquecer o desânimo, enxergar nitidamente a esperança de dias melhores, recobrar o nível de fé que preencha nosso reservatório, recarregar nossas baterias espirituais, e temos a firme convicção das promessas de Deus bem perto.
Martin Luther King Jr, disse: “Se você não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar rasteje. Mais continue em frente de qualquer jeito”.
Aconteça o que acontecer, Espere contra a Esperança,
Pr. Flavio Muniz