quarta-feira, 10 de março de 2010

A essência do evangelho - parte 3


A FINALIDADE PRINCIPAL DO EVANGELHO: A SALVAÇÃO!

 Como o evangelho salva? (1Co 15.1-4)

Paulo descreve a anatomia deste processo aqui em (1Co 15). Primeiro ele é anunciado, depois recebido, após isso ele é internalizado pela fé até ficar bem arraigado, de modo que perseveremos nele. A pessoa se apega a ele, fazendo do evangelho o fundamento de sua vida. Dessa forma, ao continuar confiando nele, ela vai sendo salva, caso mantenha a condição de se apegar à mensagem que foi anunciada e de não mudar de rumo abraçando outras propostas supostamente interessantes chamadas de “evangelho”. Veja que Paulo foi enfático: “por ele também sois salvos”, ou seja, só existe um evangelho verdadeiro e não outro pelo qual possamos ser salvos.

Porque somente o evangelho verdadeiro salva?


1 – Porque somente ele mostra a necessidade que o pecador tem de Cristo

Somente a pregação genuína do evangelho convence o homem do seu estado de perdição, da sua necessidade do evangelho para ser justificado diante de Deus. Paulo no início de Romanos demonstra a profunda necessidade que o homem tem do evangelho. Ele apresenta a culpa do mundo pagão e idólatra (Rm 1.18-32), depois mostra que os judeus são igualmente culpados (Rm 2.1-3.8), e já no capítulo 3 a partir do versículo 9, ele conclui que todos são culpados, estando debaixo da ira de Deus.

2 – Porque somente ele supre a necessidade que o pecador tem de Cristo

O pecador possui uma necessidade de absolvição, de perdão, de expiação da culpa. A morte de Jesus na cruz possibilita uma justiça não baseada em ausência de culpabilidade, mas no perdão (Rm 4.6-8). É uma justiça conquistada não pela apresentação de uma ficha exemplar de cumpridor da lei, mas "pela fé" em Cristo. Existem dois meios de justiça:

a)      A justiça mediante a redenção - "sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus" (Rm 3.24).

b)     A justiça mediante a fé – “justiça de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Rm 3.22).

Jesus verteu seu sangue para remissão de pecados (Mt 26.28). Mas o homem deve arrepender-se e ser batizado "para remissão de pecados" (At 2.38), mostrando o que está embutido na fé. Deus tem sua parte de providenciar o perdão dos pecados, o homem tem o seu papel de receber esse perdão. O evangelho mostra ao pecador que sua proposta não é barata, diante de tantas soluções, no entanto somente ele pode preencher a necessidade espiritual do inconverso.

3 – Porque somente ele produz a fé que faz conhecer o filho e a fé que faz crer que somente o Filho salva

Costuma-se dizer que de um modo geral existem dois tipos de fé – A fé da cabeça, e a fé do coração. A fé da cabeça - É aquela que produz um conhecimento técnico e teórico a respeito do Filho de Deus e da salvação, na verdade ela somente produz uma mera constatação e nada mais. Já a fé do coração – É a fé que relaciona, que aplica a fé da cabeça a si mesmo. Ela personaliza, interioriza, o conhecimento sobre a fé. É impossível se chegar a fé do coração sem o mínimo de entendimento teórico sobre a salvação, ou seja, a fé da cabeça. Porém é impossível obter vida eterna sem se relacionar pessoalmente com Cristo, a fé do coração. É o relacionamento pessoal com a obra de Cristo que nos salva. O reconhecimento de que o pecado da humanidade, inclusive os meus, foram cancelados na cruz do calvário, me proporciona salvação e por isso me dá vida eterna.
Somente o evangelho consegue ao mesmo tempo nos fazer conhecer a Deus e se relacionar com Ele. Somente o evangelho nos mostra claramente o plano da salvação, e nos faz acreditar que este é o único plano no qual devemos estar inseridos pela fé. 

4 – Porque ele é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê

(Rm 1:14-17) - O dilema do homem é inegável: o pecado levantou uma barreira intransponível impedindo o acesso até Deus (Rm 3:23; 6:23). Entretanto Deus está ajudando, oferecendo resposta para os apelos desesperados dos homens (Rm 7:24; Atos 17:27).
O livro de Romanos claramente nos mostra a necessidade de aceitar e obedecer ao evangelho para se livrar do pecado e restaurar a comunhão com Deus. Paulo que de perseguidor da igreja passou a ser pregador do evangelho, mostra no início de Romanos, sua firme convicção sobre a importância e necessidade de obedecermos ao evangelho.

(Rm 1.14) – “Eu sou devedor” – Ele afirma sua dívida para com os não judeus, os cultos, mais civilizados (gentios), e os demais povos, incultos (bárbaros). Ele fala desta forma, pois entendia que o evangelho era a única chance deles para a salvação.

(Rm 1.15) – “Estou pronto” - O entendimento de Paulo sobre o valor e o poder do evangelho era motivo suficiente para levá-lo a Roma para pregar o evangelho.

(Rm 1.16) – “Não me envergonho do evangelho” – Teria sido tentador envergonhar-se do evangelho, porque o evangelho é loucura para os sábios. Porque era loucura: Onde um só homem pode morrer por todos? Onde as culpas de todos podem ser apagadas pelo sacrifício de um só. Só pelo poder de Deus, mas quem o aceita? A mensagem simples do evangelho pode ter sido ironizada pelos arrogantes, mas Paulo não se envergonhou dela, reconhecendo o poder da palavra na pregação de Cristo crucificado, poder de Deus e sabedoria de Deus (1 Co 1:18-29).

O evangelho é realmente o poder de Deus para nossa salvação! (Rm 1:16).

PORQUE O EVANGELHO É O PODER DE DEUS PARA A NOSSA SALVAÇÃO? PORQUE NELE A JUSTIÇA DE DEUS SE REVELA!

“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé”. (Rm 1.17)

O poder de Deus revelado no evangelho exige uma resposta: A FÉ! Fé como resposta ao amor de Deus demonstrado na cruz!

ü  A justiça: o estado legal de um homem declarado livre de culpa; uma declaração de inocência.
ü  De Deus: este estado resulta da ação justificadora de Deus (Rm 3:21-22; 10:3; Fp 3:9)
ü  Se revela, revelada: esta justiça foi manifestada ao homem no evangelho.
ü  De fé: baseada na fé.
ü  Em fé: de modo a produzir fé.

A justiça de Deus é a iniciativa que Deus tomou na cruz, onde Jesus o Justo morreu por nós, os injustos, para nos justificar, concedendo-nos uma justiça que não nos pertence, mas que vem do próprio Deus. É o perdão de uma dívida realmente contraída. É o esquecimento de uma pena por um crime efetivamente cometido. O poder de Deus justifica e salva todo aquele que crê.

Em que consiste esta justiça de Deus? Deus é o seu autor. É uma justiça que satisfaz a todos os requisitos da justiça divina; o que Paulo está nos dizendo? É que apenas no evangelho encontramos a realidade da justificação. Irmãos é aqui que encontramos a glória do evangelho de Deus: Ele é o poder de Deus operando para a salvação, pois a justiça de Deus ultrapassa o nosso pecado e a nossa ruína, então, é nosso dever ouvir o evangelho, atendê-lo em suas exigências, pois, é Deus quem se revela a nós por meio dele.

“O evangelho é o poder de Deus para a salvação porque nele se revela a justiça de Deus. Salvação é a forma que a justiça de Deus assume” (John Ziesler).

"A justiça de Deus é uma dádiva que nos é ofertada mediante a fé" (John Stott).

O homem que é justo por fé viverá pela mesma fé!

Esta justiça é o cerne do evangelho!


Pr. Flavio Muniz

Conteúdo de qualidade

Palavra de Nova Vida - Pr. Flavio Muniz

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